Para ela


Mas ela diz/Que apesar de tudo ela tem sonhos
Mas ela diz/Que um dia a gente há de ser feliz
Se Deus quiser...
[...] é beleza de gestos, abraços/Mãos, dedos, anéis e lábios
Dentes e sorriso solto/Que escapam do seu rosto
[...] é só lembrança de amores guardados/ Hoje é apenas mais uma pessoa
Que tem medo do futuro -que aconteceu?-/ Se alimenta do passado

E ela queria, ela quer. Só tem medo de ficar vulnerável de novo. Ela não; ela não pode dar o braço a torcer. Ela já aprendeu que não pode se apaixonar porque sempre sai magoada. Porque ela se apaixonaria? Assim está tudo bem. Afinal, sempre que ela quer eles estão juntos. Por que deixar as coisas mais sérias? Assim ela foge da incerteza. O que ela não percebe é que o que ela sempre quis foi uma certeza diferente; certeza de 'sim' ou de 'não', certeza de 'por aqui está bom' ou de 'vamos continuando', certeza do 'eu' te ligo ou do 'você' me liga ao invés da certeza do 'pode ser' ou do 'qualquer dia desses'; foge da certeza da incerteza de um relacionamento. Ela não percebe que a incerteza de fazer algo e alguém se importar é melhor que a certeza que não irá importar-se. Ela queria, quer. Só não tem coragem, porque o-melhor-cara-do-mundo sempre a magoava. Talvez ela ainda não tenha percebido que sempre que o-melhor-cara-do-mundo a magoa aparece um melhor-cara-do-mundo melhor ainda e a faz sorrir, escrever e chorar de novo e veio um melhor-cara-do-mundo muito melhor e que está fazendo-a sorrir (o que é muito raro), que está fazendo-a divertir-se e ela tem medo de acabar isso. Sempre acaba, sempre acabou. A diferença vai ser se ela vai deixar ele passar por medo de perdê-lo ou se ela vai correr o risco de perdê-lo mas vai aproveitar com ele os melhores momentos da vida dela. Ela não sabe. Eu sei. Ela quer. Ela não é corajosa porque a vida a ensinou que toda vez que ela fosse corajosa ela quebraria a cara e teria os melhores e/ou os piores momentos da sua vida. Os melhores momentos da sua vida batem à sua porta. Medo. Incerteza. Aceita arriscar-se?

Um comentário:

A.M.A. disse...

Eu aceito. Por Ele!