Cheia de manha


[...]

E dançou sem perceber o que o corpo fazia
E cantou sem compreender o que a letra dizia
E quase como um sonho bom
Onde entreter tambem era brincar
Mamãe mandou eu insistir

E a vida persiste
Dizendo não existe
Estrela tamanha
essa menina é cheia de manha

Ja não sabia se era início ou fim
Vivia imersa numa infância de festim
Era criança, menos infantil
[...]

Pra manter ou mudar


Tudo que eu queria dizer
Alguém disse antes de mim
Tudo que eu queria enxergar
Já foi visto por alguém
Nada do que eu sei me diz quem eu sou
Nada do que eu sou de fato sou eu?
Tudo que eu queria fazer
Alguém fez antes de mim
Tudo que eu queria inventar
Foi criado por alguém

Nada do que eu sou me diz o que eu sei
Nada do que eu sei de fato é meu?

Algo explodiu no infinito
Fez de migalhas
Um céu pontilhado em negrito
Um ponto meu mundo girou
Pra criar num minuto
Todas as coisas que são
Pra manter ou mudar

Sempre que eu tento acabar
Já desisto antes do fim
Sempre que eu tento entender
Nada explica muito bem

Sempre a explicação me diz o que eu sei:
"Sempe que eu sei, alguém me ensinou"

Algo explodiu no infinito
Fez de migalhas
Um céu pontilhado em negrito
Um ponto meu mundo girou
Pra criar num minuto
Todas as coisas que são
Pra manter ou mudar

Agora reinvento
E refaço a roda, fogo, vento
E retomo o dia, sono, beijo
E repenso o que já li
Redescubro um livro, som, silêncio
Foguete, beija-flor no céu,Carrossel, da boca um dente
Estrela cadente
Tudo que irá existir
Tem uma porção de mim
Tudo que parece ser eu
É um bocado de alguém

Tudo que eu sei me diz do que sou
Tudo que eu sou também será seu

Confusão



Talvez eu esteja com medo por quase saber o que eu quero
e por não querer saber ou mesmo querer algo
medo por ver coisas sérias acontecendo,
coisas que eu gosto,
coisas que tento evitar,
coisas que não consigo parar,
coisas que me confundem,


momentos nos quais quero ser eu mesma,
momentos nos quais não posso ser eu mesma,
mesmo eu sendo mais divertida que essa falsa caricatura,
momentos que acontecem no tempo errado,
momentos que acontecem da melhor maneira possível...



insegurança por ser menina e mulher demais
insegurança pelo fato das coisas estarem acontecendo exatamente como eu quero
insegurança pela segurança que eu sinto




e uma grande confusão na minha cabeça por conseguir ver as coisas claramente
confusão porque as coisas estão tão claras que chegam a me cegar
confusão porque não sou acostumada a tudo ir bem
porque no final das contas acho que não sei mais viver se não for em confusão


afinal nem consigo entender porque tudo está nos eixos [?!]


talvez pelo fato de viver sempre em confusões eu sinta uma estranha necessidade de confusões

Chegada


Voltei !

Ainda insegura por não saber o que está acontecendo;

ou exatamente por saber

Ainda tímida por saber que errei

E sem saber o que realmente vai acontecer

O importante é que ele não me mandou mais embora

E acho que tudo entrou nos eixos

(pelo menos por enquanto)

E das antigas quando eu pensava que meu problema era o amor



Um dia, ouvi dizer que amar era bom. Será que é mesmo??? Eu acho que apenas os tolos amam de verdade. Uma vez eu fui feliz e foi exatamente quando não sabia o que era o amor; quando não amava ninguém.
Amar alguém é sofrer com saudade mesmo quando se está perto; abraçar já sentindo a solidão do “fim do abraço”; sorrir de alegria com lágrimas nos olhos pensando na despedida.
Amar também é desesperar-se na falta do outro; morrer um pouco só por não poder respirar o mesmo ar; temer a escuridão, não por ela ser misteriosa, mas por perder seu amor de vista.
Talvez um pouco de ciúme de si próprio; medo do futuro que as próprias ações ocasionarão. E que futuro é esse que nos põe em situações triviais com escolhas “comuns” que na verdade nos escondem a verdadeira escolha?
Amar é complicado! À partir de qual momento pode-se dizer que amamos alguém? E até que ponto deve-se superar os obstáculos?
Talvez nós amemos alguém a partir do momento no qual paramos em um lugar qualquer, ignoramos as pessoas ao nosso redor e simplesmente escrevemos um texto sobre algo que mal sabemos o que realmente é!
Acho que devemos superar os obstáculos até quando tivermos força não só para levantar de uma queda, mas também para levantar os outros.Possivelmente amar pode ser algo insano, porém não mais insano que o próprio ser humano, que querendo ou não se entrega ao amor.

Pessoas pelas quais sou apaixonada


O menino que toca as músicas agitadas que eu mais gosto e não sabe disso. Pena que fuma.

O menino dos dedos magrelos que passa os dias realizando seus sonhos e alentando os meus. Pena que tem namorada.

O menino por quem eu sempre fui encantada e que eu ajudei a encontrar namorada. Idem acima.


O menino que queria ganhar muito dinheiro mas depois descobriu um caminho mais enriquecedor. Pena que o timing já passou.


O menino que enchia minhas quintas-feiras de luz e poesia e imagens tão tristemente lindas e lindamente tristes. Pena que é corinthiano demais.


O menino que faz um monte de coisas que me entediam, mas pensa um monte de coisas que me inspiram. Pena que dança demais.

O menino que eu acabei de conhecer. Pena que acabei de conhecê-lo.


O menino que está sempre querendo me fazer rir, até quando eu grito com ele sem razão. Pena que me dá muita razão para gritar com ele.


O menino que tem o ombro que encaixa direitinho na minha cabeça. Pena que está longe.


O menino que sempre me fez rir e chorar. Pena que tem família.


por Ana Carolina Moreno e com algumas modificações

[...]


Quando consigo a emoção, ainda tenho a audácia de não querê-la. Quero paz, sossego e... humm.. O que toda mulher quer. Utopia... Cada vez mais vejo que vivo de utopias. Da menos romântica. Talvez seja a mais. Bosta...

Minha eterna ciranda


"E eu me pergunto se viver não será essa espécie de ciranda de sentimentos que se sucedem e se sucedem e deixam sempre sede no fim."
Caio, nosso amado Caio.

É, Caio também me conhece,
(sai dessa ciranda que eu duvida ~ tina)


Atualizando : HA! Eu saí!

Adoles[...]cendo


Ela se divertiu
Por fazer uma coisa errada,
Por um riso insano e inconseqüente,
Por uma situação completamente maluca,
Por ser adolescente,
Pelo gostinho do novo

Pelo gostinho do pecado...



E como era gostoso!

Despedida


E ela pensou que estava tudo indo mal, boba!
Tanto pensou, que agiu como tal

É... parece que tudo ficou mal mesmo

Ela ainda tentou resolver!

Tentou entender o que estava acontecendo

Até que tentou conversar
Ele disse "vá embora"
Ela realmente foi!

Ao meu ex


[...]Já que ele encontrou meu blog e também porque não seria justo depois de tanto tempo juntos não existir o mínimo relato de uma relação tão conturbada e tão calma![...]

Lembro-me bem, ou talvez nem tão bem quanto quero lembrar, pois também consigo ver todos os motivos de discussões (como eram idiotas)...

[...]

Mas onde parei mesmo? Exatamente, nas lembranças!
Era tão divertido, será que foi sempre tão divertido e eu acabo lembrando só das discussões?
Lembra quando eu ia todo sábado para a sua aula? E sempre era jogada na piscina!
Como é bom ser jovem e inconseqüente (nem tão inconseqüente), e você ia pra minha casa passar um fim de semana escondido! É... às vezes eu lembro sim dos dias divertidos, do dia que fizemos sua barba, do dia que você me deu um "banho" de sorvete em Patos, das pedras de gelo que você fazia tanta questão de passar nas minhas costas, da vez que tentou me afogar na piscina, de quando vcê me chamava para ficar lá fora olhando a chuva (e me jogava na chuva), do meu apelido (bem-te-vi, lembra? Você dizia que eu tinha as pernas finas, o "buchão", era amarela, vivia fazendo bico e era metida a cantora), do seu apelido (passa-fome, o cachorro de Diorgenes que era sua cara), de Netinho escalando pelas nossas pernas para poder ver a gente se beijar de perto... Ah, você não sabe a boa! Quando você viajou e a gente acabou, netinho viu uma foto sua no meu computador e disse que aquele era meu namorado, mas eu disse a ele que você era ruim e estava com outra menina (rsrsrs) e ele disse "apois, apois se eu ver ele com outra menina eu dô nela bem muito e prendo ele num gaiola beeeem grande!" Só Netinho mesmo para me fazer rir quando eu estava com raiva de você, e quantas vezes eu estive!
Mas não era esse o assunto!
Realmente tudo foi muito divertido! Talvez pudesse ter terminado de forma melhor, ou pior, mas isso não importa mais...
Foi bom e eu aprendi muito, aprendi que estive muito errada e muito certa, muito fria e muito atenciosa, muito grossa e pouquissímo calma,
Aprendi também que não é bom estar com a razão!
Aprendi que não se conta um relacionamento pelas brigas e sim pelos momentos bons
E aprendi principalmente que após o fim de um relacionamento, mesmo que tenha sido difícil, a gente pode sim, e como pode, ser amigo!

Ao meu primeiro (e único) ex...
P.S. Por falar nisso, você, por algum acaso, não colocou alguma macumba pra mim não, não é?
Porque estou com a "leve" impressão de que vou continuar como você me deixou...

;*

Medo


[...] e no fim da minha história,
meu único medo,
O epitáfio
O que ele diria? [...]

"Na vida, morreu de muitas coisas.
De tédio, de raiva, de medo, de cansaço, e por fim, de males do corpo.
Só não teve tempo de morrer de amor."

E um booom tempo atrás


Bateu uma saudade imensa de todos aqueles momentos que contigo vivi assim que falei contigo novamente.
Confesso que exitava. Não queria ver-te novamente...
Pronto, tá bem ! Confesso que fiquei feliz ! Que estava louca por te ouvir, por ouvir-te rir, porque dissesses todas aquelas coisas malucas, que só tu sabes dizer.
Coisas malucas que eu pude sentir
Confesso que senti falta de toda aquela loucura vivida em uma semana
Confesso que também eu estou assim, tu sabes como... E que não posso estar, que não devo estar, que não é conveniente estar
já que esta infinita distância nos separa
E que vamos nós fazer? De tudo isto? Pois... deixa lá não há-de ser nada... Nós havemos de dar um jeito... não é?
Ou não...

Diga não aos covardes - Minha amiga Tati


"...Chega de ser metade aquecida, metade apreciada, metade conhecida. Chega de ser metade comida em meios horários e meio amada em histórias pela metade. Chega de sorrir para o que não me contenta e me cobrar paciência com um profundo respiro de indignação. Paciência é dom de amor aquietado, pobre, pela metade. Calma, raciocínio e estratégia são dons de amor que pára para racionalizar. Amor que é amor não pára, não tem intervalo, atropela. Não caio na mesma vala de quem empurra a vida porque ela me empurra. Ela faz com que eu me jogue em cima de você, nem que seja para te espantar. Melhor te ver correndo pra longe do que empacado em minha vida."

Aos conselhos perdidos de minhas amigas


"Por mais que todas as terapias do mundo, todas as auto-ajudas do universo e todos os amigos experientes do planeta me digam que preciso definitivamente não precisar de você, minha alma grita aqui dentro que, por mais feliz que eu seja, a festa é sempre pela metade.É você quem eu sempre busco com minha gargalhada alta, com a minha perdição humana em festejar porque é preciso festejar, com a minha solidão cansada de se enganar.!"

Eu tenho namorado


“Quem não tem namorado é alguém que tirou férias remuneradas de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia. Paquera, gabira, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil. Mas namorado mesmo é muito difícil.
Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio, e quase desmaia pedindo proteção. A proteção dele não precisa ser parruda ou bandoleira: basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.
Quem não tem namorado não é quem não tem amor: é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento, dois amantes e um esposo; mesmo assim pode não ter nenhum namorado. Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema, sessão das duas, medo do pai, sanduíche da padaria ou drible no trabalho.
Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar lagartixa e quem ama sem alegria.
Não tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade, ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de curar.
Não tem namorado quem não sabe dar o valor de mãos dadas, de carinho escondido na hora que passa o filme, da flor catada no muro e entregue de repente, de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque, lida bem devagar, de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada, de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia, ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo, tapete mágico ou foguete interplanetário. Não tem namorado quem não gosta de dormir, fazer sesta abraçado, fazer compra junto. Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele; abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
Não tem namorado quem não redescobre a criança e a do amado e vai com ela a parques, fliperamas, beira d’água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro.
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não se chateia com o fato de seu bem ser paquerado. Não tem namorado quem ama sem gostar; quem gosta sem curtir quem curte sem aprofundar. Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou meio-dia do dia de sol em plena praia cheia de rivais.
Não tem namorado quem ama sem se dedicar, quem namora sem brincar, quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.
Não tem namorado que confunde solidão com ficar sozinho e em paz. Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.
Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando 200Kg de grilos e de medos. Ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesma e descubra o próprio jardim.
Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. Ponha intenção de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteio.
Se você não tem namorado é porque não enlouqueceu aquele pouquinho necessário para fazer a vida parar e, de repente, parecer que faz sentido.”
por Artur da Távola





Atualizando: EU sei que eu tenho um namorado!

Michel, te amo!

Amores impossíveis - Minha amiga Tati


A vida é feita de altos e baixos. Altos, fortes, morenos, sensuais, possíveis e aquele baixinho, meio esquisito, que não sai da sua cabeça.Impressionante como a gente sofre por nada. Um cheiro que mexe com você, um jeito de olhar contido, uma idéia inteligente, várias na verdade. Não, não é nada disso, a gente sofre é pela impossibilidade. Pois é, aquele baixinho esquisito não pertence ao grupo dos amores possíveis, a graça dele pode durar uma eternidade, dependendo do seu grau de estupidez criativa. E nada melhor do que as lacunas da improbabilidade para esquentar uma paixão. Nessas lacunas você tem espaço para criar a história como quiser, ganha poder, inventa. Ele é seu, seu personagem.Nesses espaços livres você coloca todos os seus sonhos, toda a sua imaginação. Cenas completas com fundo musical e palavras certas, finais e desfechos inesperados.Quando você menos espera, ele faz mais parte da sua vida do que você mesma.Mas a realidade aparece mais cedo mais tarde, vem como uma angústia. Parece vontade de fazer xixi, mas é tesão reprimido. Tesão reprimido deve dar câncer. Era só um cara interessante, agora pode te matar.Pronto, você está apaixonada. E a paixão tem suas etapas.Primeiro a negação: eu apaixonada? Imagina. Ele é impossível, nunca vai me dar bola, muito menos duas com o que eu quero no meio.Depois a maximização: ele é mais inteligente, mais bonito, mais engraçado. E todos os mais possíveis para que ele seja mais desafio para você, mais inveja para as suas amigas, se você aparecer com ele na festa, mais fadinhas dançantes para fazer cosquinha no seu ego problemático.Daí é a vez da "superlativização": em vez de ser mais, ele é "o mais", o mais fodido, o mais inteligente e o mais gostoso.E você está a um passo do endeusamento: "ele é único", aí fodeu.Se ele é único, ele é a sua única chance de ser feliz. E, se ele não quer nada com você, você acaba de perder a sua única chance de ser feliz. Bem-vinda à depressão.Como você é ridícula, amor platônico é para adolescentes.Lá fora há milhares de possibilidades de felicidade, de felicidades possíveis. De realidade. E você eternamente trancada na porta que o mundo fechou na sua cara. Fazendo questão de questionar e atentar o inexistente. Vá viver um grande amor!Olha, faça um favor para mim, antes de tremer as pernas pelo inconquistável e apagar as luzes do mundo por um único brilho falso, olhe dentro de você e pergunte: estupidez, masoquismo ou medo de viver de verdade?