É assim que me vejo


andando sem chão, de olhos fechados, com um frio na barriga sem saber a sequencia certa dos fatos;
deformando os lugares para ver se eles se encaixam em mim, mas é inútil, não há como encaixar algo a alguém que não tem forma definida ainda;
andando só, procurando um destino, brincar, dirvertir, chorar, sentir, ser...
às vezes como uma boneca, abandonada depois dos risos, talvez divertida demais pra ser levada à sério...
olhando para cima, procurando uma perspectiva divina, divertida ou quem sabe talvez sóbria para me curar dessa doença;
vivendo numa bolha de onde é impossível sair ou ser notada, respirando apenas pelo simples impulso,
caindo, inevitávelmente, em um abismo surreal
ou quem sabe vivendo fora da bolha e vendo o mundo pelo simples reflexo, incompreensível, incomunicável?
viajando de um lado ao outro tentando aprender a ser preto-e-branco num mundo furta-cor
vivendo como criança que chega em frente a uma loja de brinquedos e não sabe nem o que pensar
meio deformada pelos acidentes diários, mas quem disse que ser deformado é necessáriamente ser feio?


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